
Na manha desta terça-feira (16), a Operação Pó de Pedra desvendou um complexo esquema envolvendo tráfico de drogas, exploração ilegal de pedras e trabalho análogo à escravidão, em Taquara, no Vale do Paranhana. Conforme informações da Polícia Civil, traficantes gerenciavam a operação, fornecendo crack a usuários em troca de mão de obra na extração de pedras. Seis suspeitos foram presos, incluindo dois já detidos no sistema prisional.
A ação policial teve como alvo uma pedreira clandestina localizada no Morro da Pedra, onde foram resgatados três trabalhadores vivendo em condições deploráveis dentro de um alojamento improvisado, sofrendo jornadas exaustivas de até 12 horas na extração de pedras grês. Em vez de salários, esses trabalhadores recebiam porções de crack como pagamento.
“Encontramos uma cena horripilante”, declarou o delegado Valeriano Garcia Neto, da DP de Taquara, destacando a gravidade da situação. Cinco dos sete investigados têm vínculos diretos com a extração, venda e transporte das pedras grês, sendo alvo de mandados de prisão preventiva por tráfico.
Um homem também foi preso em flagrante por crime de trabalho análogo ao de escravo, acusado de recrutar usuários de drogas para o serviço. Apesar de negar associação com traficantes e afirmar que os trabalhadores não estavam em situação de escravidão, alegando que recebiam R$ 100 por dia, as investigações apontam que ele recebia significativas remessas de crack semanalmente, distribuídas aos viciados.
“Mesmo que ele alegue trabalhar apenas para construção civil, quem recebe e distribui crack é traficante”, enfatizou o delegado, ressaltando a conexão entre o tráfico de drogas e a exploração ilegal de mão de obra na região. A operação continua em andamento, visando desmantelar completamente esse esquema criminoso que subjuga vidas em busca de lucro ilícito.





