O renomado economista Antônio Delfim Netto faleceu na madrugada desta segunda-feira (12), aos 96 anos, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Internado desde 5 de agosto devido a complicações de saúde, o ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento, além de professor da Universidade de São Paulo (USP), deixa um legado significativo na economia brasileira.
Delfim Netto, que começou sua carreira política em 1967 como o mais jovem ministro da Fazenda do Brasil, foi uma figura central no período conhecido como “milagre econômico”, quando a economia nacional experimentou rápido crescimento. Durante sua gestão, também foi responsável por assinar o Ato Institucional número 5 (AI-5), um dos marcos mais severos da ditadura militar.
O economista era conhecido por suas ideias sobre crescimento e desenvolvimento econômico, destacando a importância de “fazer o bolo crescer para depois dividi-lo”. Após deixar o Ministério da Fazenda em 1974, Delfim Netto ocupou diversos cargos, incluindo embaixador na França e ministro do Planejamento. Com a redemocratização, foi eleito deputado federal por cinco mandatos consecutivos.
Delfim Netto nasceu em 1928, em São Paulo, e cresceu no bairro operário do Cambuci. Além de sua carreira política, teve uma notável trajetória acadêmica como professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. Sua biblioteca pessoal, composta por mais de 100 mil volumes, foi doada à USP em 2014.
O ex-ministro, que também contribuiu regularmente para jornais e revistas, deixa uma filha e um neto. O enterro será restrito à família, sem velório público.