Enchentes no Rio Grande do Sul causam prejuízos bilionários na agropecuária

Foto: Emater / Ascar-RS / Divulgação

As recentes enchentes no Rio Grande do Sul não deixaram pedra sobre pedra na agropecuária do estado. De acordo com levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), os estragos já ultrapassam os R$ 3 bilhões e continuam a crescer.

A dimensão da tragédia é tão avassaladora que até mesmo os órgãos oficiais hesitam em estimar os danos, dada a magnitude dos estragos. A Emater, responsável por monitorar os prejuízos junto aos produtores, está em fase final de levantamento, mas os números já são alarmantes.

Segundo a CNM, as perdas atuais atingem R$ 2,9 bilhões, com R$ 2,7 bilhões apenas na agricultura e R$ 245,4 milhões na pecuária. E o pior é que a cada semana que passa, os números se ampliam, revelando um desastre sem precedentes.

O setor avícola, por exemplo, estima suas perdas em pelo menos R$ 247,2 milhões, desde a genética das aves até a infraestrutura dos frigoríficos. Já na suinocultura, os estragos são igualmente significativos, com a morte de milhares de animais e prejuízos financeiros na casa dos R$ 48,6 milhões.

A situação se agrava ainda mais na pecuária de leite, onde a falta de serviços básicos, como energia elétrica, compromete a produção e a refrigeração dos produtos. E na agricultura, os danos afetam desde a colheita da safra de verão até o armazenamento dos grãos, com prejuízos estimados em até 10%.

Além disso, culturas como a citricultura e a pecanicultura sofrem com quebras significativas, comprometendo boa parte das safras.

Os impactos são avassaladores não só em termos econômicos, mas também sociais e ambientais. Mais de 500 mil hectares foram afetados, atingindo mais de 340 mil propriedades rurais, muitas delas de pequeno e médio porte.

Diante dessa situação calamitosa, a visita do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ao estado é aguardada com expectativa, na esperança de anúncios que possam trazer algum alívio para os produtores devastados pelas enchentes. Afinal, como ressalta o presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, a sensibilidade e o apoio do governo são cruciais para a recuperação de um setor que representa 40% da economia gaúcha.