O governo federal, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do PT, recusou uma oferta de ajuda do Uruguai destinada a auxiliar no resgate às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A solicitação de auxílio foi feita pelo governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), que buscava apoio para resgatar os afetados pelas inundações que assolaram o estado.
A oferta uruguaia incluía duas lanchas motorizadas com suas tripulações, dois drones para busca de pessoas isoladas e um avião de transporte Lockheed KC-130 H Hercules, que também poderia transportar doações humanitárias provenientes do Uruguai. Além disso, um helicóptero do Uruguai está sendo utilizado no resgate das vítimas e no auxílio para carregar mantimentos aos necessitados.
Apesar da luz verde dada pelo governo do Uruguai para o empréstimo dos equipamentos, o governo federal brasileiro rejeitou a oferta, alegando que os equipamentos não eram necessários naquele momento. O Comando Militar Conjunto declinou da oferta da aeronave devido a restrições de pistas disponíveis para pouso em Porto Alegre.
José Henrique Medeiros Pires, secretário-executivo do governo do Rio Grande do Sul, afirmou que a decisão foi tomada após o comando operacional no estado considerar que os equipamentos não eram necessários. No entanto, Pires ressaltou que o estado já havia utilizado lanchas semelhantes em operações de transferência de presos de uma penitenciária alagada, evidenciando sua importância em situações de emergência.
Enquanto isso, o Rio Grande do Sul enfrenta uma tragédia, com 90 mortes confirmadas e mais de 1,4 milhões de pessoas afetadas pelas fortes chuvas. Além disso, há 131 desaparecidos, 362 feridos e milhares de desabrigados e desalojados.
Apesar da recusa da ajuda uruguaia, outras ofertas de auxílio têm chegado, como a da Argentina, que disponibilizou uma lista de equipamentos e pessoal técnico para ajudar na resposta às inundações, incluindo militares, helicópteros, equipes móveis de saúde e suprimentos para purificação de água.