
Após investigação da Polícia Federal, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foi indiciado sob suspeita de corrupção passiva e participação em organização criminosa. As acusações envolvem desvios de recursos públicos destinados a obras de pavimentação na região de Vitorino Freire, no Maranhão, financiadas pela Codevasf.
As obras em questão, realizadas na gestão da irmã do ministro, Luanna Rezende, foram beneficiadas por emendas parlamentares indicadas por Juscelino Filho durante seu mandato como deputado federal. Relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam irregularidades, inclusive o favorecimento de propriedades da família do ministro.
As investigações revelaram diálogos entre Juscelino Filho e o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP, sócio oculto da empresa responsável pelas obras. Essas mensagens indicam a participação do ministro na execução das obras e na destinação de emendas.
A PF identificou três métodos utilizados para desviar verbas da Codevasf para Juscelino Filho: pavimentação de estradas que beneficiavam suas propriedades, indicações de pagamentos a terceiros e contratação de uma empresa suspeita, supostamente pertencente ao próprio ministro.
O inquérito, que agora está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, aponta também a existência de um “tentáculo” do ministro dentro da Codevasf, representado por Julimar Alves da Silva Filho, afastado do órgão sob suspeita de receber propina da empresa responsável pelas obras.